Estudar as nossas raízes faz parte de um processo de autoconhecimento...

Estudar as nossas raízes faz parte de um processo de auto-conhecimento...

Pretende-se que este blogue se materialize num importante contributo para o estudo das famílias do Alentejo, com especial incidência nas zonas de Borba, Estremoz, Vila Viçosa, Alandroal e Redondo.





“A genealogia não deverá tornar-se num processo dissimulado de busca obsessiva por gente nobilitada, socialmente distinta, mas antes como um veículo facilitador do conhecimento e apropriação do modo de vida daqueles que, independentemente do seu estatuto social e da sua condição económica, representaram o elo de uma corrente - a mesma que só tomou forma porque cada elo esteve em dado momento no seu lugar, com maior ou menor bravura, maior ou menor sofrimento e espírito de sacrifício, mais ou menos propósito, simplesmente teve a nobreza e o dom, que mais não fosse, da sua própria existência… e creiam que à medida que vou envelhecendo, vou proporcionalmente tomando maior consciência da importância e necessidade de “genealogia” e “humildade” caminharem sempre de mãos dadas…”

__________________________________________________________________________ O Autor





Inquisição e Judaísmo







Sangue judaico na zona de Rio de Moinhos - Borba

Uma elevada percentagem dos indivíduos com raízes na zona de Rio de Moinhos e Borba descende, seguramente, do casal João Mendes de Morais / Catarina Freire de Moura. Com efeito, muitos desses indivíduos descenderão do referido casal por múltiplas linhas, dependendo da variável consanguinidade inerente à respectiva ascendência.
Eram ambos naturais da Sé de Portalegre, tendo ele sido baptizado a 17.1.1715 e ela a 15.11.1722.

Tiveram, pelo menos, 11 filhos, uns nascidos em Portalegre e outros em Rio de Moinhos - localidade para onde João e Catarina foram viver, decorrido pouco tempo após o seu casamento, registado em 1740. Deixaram vasta descendência em Rio de Moinhos e arredores, por via dos seus mais de 23 netos. Naturalmente que só uma reduzida percentagem dos seus descendentes ainda usa, na actualidade, o apelido Freire ou Moura. Não tenho, na presente data, conhecimento de descendentes do referido casal que ainda usem o apelido Morais, mas sabe-se que a maior parte dos "Bentos" dessa zona são descendentes de João Mendes de Morais e de Catarina Freire de Moura.

Catarina Freire de Moura era trineta de Diogo Fernandes "o Salomão", cristão-novo (xn) , natural de Portalegre, que viu um filho e outros membros da família perseguidos e condenados pelo Tribunal de Santo Ofício (Inquisição) por práticas de judaísmo. Diogo Fernandes "o Salomão" era casado com Esperança Nunes, também cristã-nova, natural da Amieira do Tejo, filha de Diogo Nunes e de Leonor Rodrigues, igualmente cristãos-novos e, certamente, um deles descendente de Ana Rodrigues, natural de São Vicente da Beira, que foi casada com Simão Nunes, natural de Nisa, e viveu na Amieira do Tejo. Esta Ana Rodrigues foi sentenciada em Auto de Fé e queimada em Lisboa, na Praça do Rossio, decorria o ano de 1564. Sabe-se que deixou 7 filhos entre os quais, precisamente, uma Leonor Rodrigues e um Diogo Nunes. A obra "A Cidade - revista cultural de Portalegre", edição nº 8 de 1993, integra um capítulo "Inquisição e cristãos-velhos: a visita ao Priorado do Crato em 1587-1588", da autoria de Maria Paula Marçal Lourenço, que alude ao processo de Ana Rodrigues e apresenta algumas informações que constam no mesmo. Nesse artigo são apresentadas num esquema as ligações de parentesco de Ana Rodrigues com outros indivíduos referidos nos relatórios de visitação do licenciado e deputado da Inquisição de Lisboa, António Dias Cardoso, aquando da sua visita em 1587-1588 a algumas localidades do antigo Priorado do Crato.

(artigo do autor do blogue)

 
João Mendes de Morais e Catarina Freire de Moura tiveram os seguintes filhos:

1.1. Josefa Bernarda, nasceu em Portalegre, casou em 1781 em Rio de Moinhos.
Casou com Inácio Lopes.  (destes descendem alguns Lopes, Mouzinho, Vinhas, Alcaria, etc...)

 1.2. Francisca Teresa, nasceu em Portalegre em 1741.
Casou em Rio de Moinhos com José Gonçalves. (destes descendem alguns Gonçalves, Bento, Balsinha, Barroso, Letras, etc...)

 1.3. Antónia Bernarda, baptizada em 10.11.1743.
Casou com Jacinto Carvalho. (destes descendem Carvalho e outros...)

1.4. Brites da Conceição, baptizada em 13.12.1745.
Casou com Gaspar Gonçalves. (destes descendem Gonçalves e outros...)

1.5. João, baptizado em 12.07.1747. (ignora-se descendência)

1.6. Manuel de Moura nasceu em 1753 em Portalegre, casou em 1776.
Casou com Guiomar Joaquina. (destes descendem alguns Rosado, Moura, Jaleca, Lopes, etc...)

1.7. Angélica Maria(ignora-se descendência)

1.8. Catarina Mendes de Morais(ignora-se descendência)

1.9. Francisco Mendes de Morais, casou em 1774 com Maria da Ascenção.
(destes descendem alguns Vermelho, Ratado, Lopes, etc...)

1.10. Fortunata de Jesus, Baptizada em Rio de Moinhos em 1762.
Casou com Tomás da Silva. (destes descendem Frade, Ferrão, Bento, Silva, Carvalho, Rosado, Clérigo, Trindade, Pormozinha, etc...)

1.11. Joana da Rosa. Casou com Domingos da Silva. (destes descendem Silva e outros...)




TEXTOS DE APOIO




Costumes de cristãos-novos nas tradições familiares

Em 1997, o Professor Eduardo Mayone Dias, professor emérito da Universidade da Califórnia (UCLA), sugeriu uma lista (http://www.saudades.org/rituals.html) de perguntas e de costumes que podem indicar uma possível origem judaica de uma família. A lista original do Prof. Dias foi expandida e adaptada, mas é ainda incompleta, pois não abrange todos os costumes possíveis. São apresentadas práticas possivelmente já esquecidas pelas tradições familiares no decorrer dos tempos. Compare tais práticas com as tradições de sua família, se possível com a ajuda dos familiares mais antigos que possuir (pais, tios, avós, bisavós).

Família

Alguém, pai, avô, ou outro parente, já falou algo sobre a família ser de judeus?
Na cidade em que a família morava, há algum judeu ou comunidade judaica antiga?
Alguém da família fala/falava alguma língua desconhecida? Parecia com o espanhol? Era totalmente desconhecida?
Algum parente evita ou evitava igrejas católicas?
As Igrejas, mesmo católicas, que os familiares freqüentavam não tinham imagens?
As Igrejas tinham divisão, com local para os homens e local para as mulheres ficarem?
Qual a relação dos familiares com a igreja católica e com os membros do clero? (uma relação de aversão, ironia, chacota, raiva, desprezo pode indicar origem judaica)
Alguém da família participava de reuniões secretas, ou de encontros onde só homens ou só os pais podiam ir? Ou de algum grupo de oração secreto?
Os nomes bíblicos são/eram comuns entre os familiares?

Rituais Natalícios

Colocar a cabeça de um galo em cima da porta do quarto onde o nascimento iria acontecer.
Depois do nascimento, a mãe não deveria descobrir-se ou mudar de roupas durante 30 dias. Ela deveria permanecer em repouso em sua cama, e afastada do contato com outras pessoas, pois segundo a Lei, a mulher fica impura durante vários dias após um parto (veja o livro de Levítico, capítulo 12). Parecida com esta prática é a de afastar-se do contato com o esposo no período menstrual, em que também é considerada impura (Levítico 15, 19-33).
Ainda durante esses trinta dias, a mulher só comia frango, de manhã, de tarde e de noite. Dava "sustância", força para a recuperação.
Lançar uma moeda prateada na primeira água de banho do bebê.
Dizer uma oração oito dias depois de nascimento na qual o nome do bebê é citado.
Realizar a circuncisão ou mesmo batizar o menino ao oitavo dia de nascido.
Acender alguma vela ou lamparina no quarto onde o parto ia acontecer, porque o menino não podia ficar no escuro até ser batizado (ou circuncidado).
Logo após o batismo, raspar o óleo da crisma e colocar sal na boca da criança.

Rituais Matrimoniais

Os noivos e seus padrinhos e madrinhas deveriam jejuar no dia do casamento.
Na cerimônia, as mãos dos noivos eram envoltas por um pano branco, enquanto fazia-se uma oração.
Da cerimônia seguia-se uma refeição leve: vinho, ervas, mel, sal e pão sem fermento.
Noivo e noiva comiam e tomavam do mesmo prato e copo.

Refeições

A prática de jejuns era comum.
Era proibido comer carne com sangue. Às vezes também se retiravam os nervos, com uma faca especial para tal.
O sangue caído ao chão no abate do animal era coberto com terra ou mesmo propositalmente derramado todo ao chão e depois coberto com terra.
A faca usada no abate de animais para consumo era testada na unha.
Ovos com mancha de sangue eram jogados fora.
Não se comia carne de porco, pois é considerada impura.
Não era permitido cozinhar carne e leite juntos. Ás vezes esperava-se um certo tempo entre a ingestão do leite e da carne.
Comia-se apenas comida preparada pela mãe ou pela avó materna.
Um menino deveria jejuar durante 24 horas antes de completar sete anos.
Costumava-se beijar qualquer pedaço de pão que cai no chão.
Era proibido comer carne de animal de sangue quente que não tivesse sido sangrado.
Havia certas restrições quanto aos tipos de peixe comestíveis: os peixes "de couro" (sem escamas) não serviam para consumo, e às vezes só os peixes do mar podiam ser ingeridos. Moluscos e mariscos também eram proibidos.

Costumes

Acender velas nas sextas-feiras à noite.
Celebrar a Páscoa, e jejuar durante a Semana Santa. As datas da Páscoa Cristã e da Páscoa judaica freqüentemente coincidem.
Limpar a casa nas sextas-feiras durante o dia.
Era proibido fazer qualquer coisa na sexta-feira à noite (até mesmo lavagem de cabelo).
Realizar alguma reunião familiar nas sextas-feiras à noite.
Aos sábados, velas eram acesas diante do oratório e deveriam queimar até o fim do dia.
Havia roupas especiais para o sábado. Às vezes eram simplesmente roupas novas ou roupas limpas.
Dizeres comuns: "O Sábado é o dia da glória", ou "Deus te crie" (Hayim Tovim), para quando alguém espirrava.
Comemorações diferentes das católicas, como o "Dia Puro" (Yom Kippur) ou algum feriado de Primavera. Era costume de alguns acender no Natal oito velas.
Em imitação a alguns personagens bíblicos, quando acontecia algo importante, rasgavam-se as vestes.
Um costume ainda muito comum hoje em dia era varrer o chão longe da porta, ou varrer a casa de fora pra dentro, com a crença de que se o contrário fosse feito as visitas não voltariam mais. Na verdade esta prática está ligada ao respeito pela Mezuzah, que era pendurada nos portais de entrada, e passar o lixo por ela seria um sacrilégio.
Ao abençoar um filho, neto ou sobrinho, costumava-se fazer com a mão sobre a cabeça.
Como o dia judaico começa na noite do dia anterior, o início de um dia era marcado pelo despontar da primeira estrela no céu. Assim o sábado (dia de celebração nas casas judaicas), começava com o despontar da primeira estrela no céu da sexta-feira. Se uma pessoa demonstrasse alguma reação publicamente com relação a tal estrela, ela seria alvo de suspeitas. Um adulto consegue conter-se, mas uma criança não. Então ensinava-se às crianças a lenda de que apontar estrelas fazia crescer verrugas nos dedos.

Rituais Fúnebres

Cobrir todos os espelhos da casa.
Toda a água da casa do defunto era jogada fora.
Cortar as unhas do defunto (ou pelo menos um par delas) como também alguns fios de cabelo e envolver tudo em um pedaço de papel ou pano.
Lavar o corpo com água trazida da fonte em um recipiente novo, que nunca tenha sido usado, e vestir o corpo em roupas brancas, as mortalhas.
O corpo era velado durante um dia, e então uma procissão levava-o à igreja e de lá ao cemitério.
A casa então era lavada.
Durante uma semana manter-se-ia o quarto do finado iluminado.
A casa da família enlutada fechada ao máximo, durante uma semana, com incenso queimando pelos cômodos. Quase ninguém entrava ou saía durante esse período.
Os homens não se barbeavam durante trinta dias.
Manter o lugar do defunto à mesa, encher o prato dele ou dela e dar a comida a um mendigo.
Não comer carne durante uma semana depois de uma morte na família.
Jejuar no terceiro e oitavo dia e uma vez a cada três meses durante um ano.
Convidar um mendigo para comer e servir a comida que o morto mais gostava.
Colocar comida perto da cama do defunto.
Fazer a cama do defunto com linho fresco e queimar uma luz perto dela durante um ano.
As parentes mulheres deveriam cobrir suas cabeças e esconder as faces com uma manta.
Ir para o quarto do defunto por oito dias e dizer: "Que Deus te dê um boa noite. Você foi uma vez como nós, nós seremos como você ".
Passar uma moeda de ouro ou prata em cima da boca do defunto, e então dá-la a um mendigo.
Passar um pedaço de pão em cima dos olhos do defunto e dá-lo a um mendigo.
Dar esmolas em toda esquina antes da procissão funerária chegar ao cemitério.
Dar pelo menos para um mendigo um terno completo e comida aos Sábados durante um ano.
Ter várias luzes iluminando em véspera de Dia Puro, em memória do defunto.
Em algumas cidades havia o chamado "abafador", que deveria ajudar alguém gravemente doente a ir embora antes que um médico viesse examiná-lo e descobrisse que o enfermo é judeu. O abafador, a portas fechadas, sufocava o doente, proferindo calmamente a frase "Vamos, meu filho, Nosso Senhor está esperando!". Feito o trabalho, o corpo era recomposto e o abafador saía para dar a notícia aos parentes: "ele se foi como um passarinho...".

Objectos

Estrela de Davi (estrela de 6 pontas), usada em paredes e em jóias, algumas vezes era vista como amuleto.

Nota: O texto anterior foi extraído do site "Brasil Sefarad". http://www.brasilsefarad.com/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=106&Itemid=88 _____________________________________________________________________

Apontamentos sobre outras famílias alentejanas com sangue judaico:

Família COUTO, de Campo Maior (por Luís Soveral Varella)

Literatura sugerida sobre a temática:

Rua da Judiaria "Uma visão diferente do habitual. Actualidade, poesia, literatura com uma vertente judaica. Um blog sobre judaísmo mas que não se restringe apenas ao judaísmo." Autor: Nuno Guerreiro Josué Subsídios para o estudo genealógico dos judeus e cristãos-novos e a sua relação com as famílias portuguesas - Séculos XV e XVI ,  por Manuel Abranches de Soveral
Relação de processos do Tribunal de Santo Ofício (Inquisição)
(Em actualização)

BORBA

Processos digitalizados e disponíveis online

Diogo Pinto - 1598-08-11/1601-01-05
Estatuto social: cristão- novo Idade: 36 anos Crime/Acusação: judaísmo Cargos, funções, actividades: negociante Naturalidade: Évora Morada: Borba Pai: Manuel Pinto, mercador de panos Mãe: Aldonça Nunes, cristã -nova Estado civil: casado Cônjuge: Maria Luís Data da prisão: 04/09/1598 Sentença: 02/09/1600. Abjuração de veemente, penitências espirituais.
Isabel Morena - 1566-12-17/1567-01-09
Estatuto social: cristã-nova Idade: 60 anos Crime/Acusação: judaísmo Naturalidade: Borba Morada: Lisboa Estado civil: casada Cônjuge: João Rodrigues Data da prisão: 17/12/1566 Em 1567, a ré foi mandada soltar por se achar alienada e doida.
João Lopes - 1665-12-03/1668-04-06
Estatuto social: 1/2 cristão-novo Idade: 36 anos Crime/Acusação: judaísmo Cargos, funções, actividades: soldado de cavalaria Naturalidade: Borba Morada: Lisboa Pai: Manuel Bispo, parte de cristão-novo, que servia de escrivão Mãe: Catarina Freixa, cristã-nova Estado civil: solteiro Data da prisão: 11/03/1667 Sentença: confisco de bens, ir ao auto-de-fé, abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo, penitenciais.
Maria Lopes - 1667-03-10/1668-12-20
Estatuto social: cristã-nova Idade: 70 anos Crime/Acusação: judaísmo; falsidade Naturalidade: Borba Morada: Lisboa Pai: Fernão Lopes, cristão-novo, trapeiro Mãe: Ana Rodrigues, cristã-velha Estado civil: viúva Cônjuge: Nuno Mendes Data da prisão: 12/03/1667 Sentença: auto-de-fé de 11/03/1668. Hábito penitencial perpétuo sem remissão, ser açoitada publicamente, degredada para São Tomé, por 10 anos, pagamento de custas.
Filipa Bispo - 1663-07-23/1666-05-22
Estatuto social: 1/2 cristã-nova Crime/Acusação: judaísmo Naturalidade: Borba Morada: Lisboa Pai: Filipe Bispo, cristão-velho, vivia de sua fazenda Mãe: Catarina Lopes Soeira, cristã-nova Estado civil: solteira Data da prisão: 23/07/1663 Sentença: auto-de-fé de 04/04/1666. Confisco de bens, abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo, instrução na fé católica, penitências espirituais.
Catarina Freixa - 1667-09-13/1669-04-17
Estatuto social: 1/4 de cristã-nova Idade: 60 anos Crime/Acusação: judaísmo Naturalidade: vila de Borba Morada: vila de Borba Pai: Manuel Afonso, 1/2 cristão-novo, serralheiro Mãe: Catarina Freixa, cristã-velha Estado civil: viúva Cônjuge: Manuel Bispo, cristão-velho, escrivão das sisas Data da prisão: 28/09/1667 Sentença: auto-de-fé de 31/03/1669. Abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial a arbítrio, penitências espirituais. Absolvição "in forma ecclesiae" da excomunhão maior. A ré foi presa na Inquisição de Évora e entregue à Inquisição de Lisboa a 11/02/1669.
Manuel da Silva - 1687-09-30/1689-01-12
Estatuto social: cristão-velho Idade: 45 anos Crime/Acusação: bigamia Cargos, funções, actividades: feitor de fazendas Naturalidade: Borba, arcebispado de Évora Morada: São Sebastião do Rio de Janeiro, Brasil Pai: Tomé da Silva, sapateiro Mãe: Joana Rodrigues Estado civil: casado Cônjuge: Maria Vogada Data da prisão: 01/10/1667 Sentença: auto-de-fé privado de 08/01/1689. Abjuração de leve, cárcere a arbítrio dos inquisidores, instrução na fé católica, ser açoitado publicamente, degredo para as galés, por cinco anos, onde serviu ao remo, sem soldo, a arbítrio da Inquisição, penitências espirituais, pagamento de custas. O réu casou segunda vez com Águeda da [Silveira).
Álvaro Mendes - 1566-04-23/1567-09-10
Estatuto social: cristão-novo Idade: 70 anos Crime/Acusação: judaísmo Cargos, funções, actividades: bombardeiro, sapateiro Naturalidade: Borba Morada: Tânger Estado civil: casado Cônjuge: Joana Fernandes, cristã-nova Data da prisão: 23/04/1566 Sentença: auto-de-fé de 09/03/1567. Abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial perpétuos. Por provisão do Cardeal Infante Inquisidor Geral, de 10/09/1567, foi-lhe retirado o hábito penitencial e levantadas as mais penas. Pagando somente cinco cruzados de esmola para os presos pobres.
Grácia Freixa - 1667-09-23/1669-04-15
Estatuto social: 1/4 de cristã-nova Idade: 70 anos Crime/Acusação: judaísmo Naturalidade: Borba Morada: Borba Pai: Manuel Afonso, 1/2 cristão-novo [panalheiro] Mãe: Catarina Freixa, cristã-velha Estado civil: viúva Sentença: auto-de-fé de 31/03/1669. Confisco de bens, abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial a arbítrio, penitências espirituais.
António Rodrigues - 1732-10-03/1733-07-15
Outras formas do nome: António da Silva Estatuto social: cristão-velho Idade: 50 anos Crime/Acusação: bigamia Cargos, funções, actividades: fazendeiro Naturalidade: Borba Morada: Santiago de Escoural, termo de Montemor-o-Novo Pai: Simão Rodrigues, almocreve Mãe: Maior Gonçalves Estado civil: casado Cônjuge: Maria de São João, mulher parda, escrava de Domingos Pereira, mestre atafoneiro Data da apresentação: 03/10/1732 Sentença: auto-de-fé privado de 14/07/1733. Abjuração de leve, penitências espirituais, pagamento de custas. O réu contraiu um segundo matrimónio com Maria Viegas, viúva de Manuel Coelho, tecelão, ainda era viva a sua primeira mulher.

Isabel Pereira - 1663-07-23/1666-05-01
Estatuto social: 1/2 cristã-nova Idade: 16 anos Crime/Acusação: judaísmo Naturalidade: Borba Morada: Lisboa Pai: Filipe Bispo, vivia de sua fazenda Mãe: Catarina Lopes Soeiro, cristã-nova Estado civil: solteira Data da prisão: 23/07/1663 Sentença: auto-de-fé de 04/04/1666. Abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo penitências espirituais.
Manuel Gomes - 1561-07-18/1564-11-18
Estatuto social: cristão-novo Idade: 60 anos Crime/Acusação: judaísmo Cargos, funções, actividades: tendeiro Naturalidade: Borba Morada: Lisboa Pai: António da Fonseca, cristão-novo Mãe: Leonor Mendes, cristã-nova Estado civil: casado Cônjuge: Isabel Gonçalves, segunda mulher Sentença: auto-de-fé de 10/05/1562. Abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo.
Maria Freire Soares - 1661-12-15/1662-10-11
Estatuto social: 1/4 de cristã-nova Idade: 22 anos Crime/Acusação: judaísmo Naturalidade: Borba Morada: Borba Pai: André Soares Sanches, 1/2 cristão-novo, que vivia por sua fazenda Mãe: Maria Coelho Freire, cristã-velha Estado civil: solteira Data da prisão: 04/01/1662 Sentença: auto-de-fé de 17/09/1662. Confisco de bens, abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial a arbítrio dos inquisidores, instrução na fé católica, penitências espirituais.
Joana Soeira - c.a.1597-01-02/c.a.1604-03-08
Estatuto social: cristã-nova Idade: 29 anos Crime/Acusação: judaísmo Naturalidade: Évora Morada: Évora Pai: Manuel Soeiro, cristã-nova Mãe: Beatriz Gomes, cristã-novo Estado civil: casada Cônjuge: Manuel Dias, cristão-novo, sapateiro Data da prisão: 16/01/1597 Sentença: auto-de-fé de 03/09/1600. Abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo, penas e penitências espirituais e da excomunhão de que incorre seja absolvida. A 8 de Março de 1604 foi-lhe passada provisão comutando-lhe as penas de cárcere e hábito penitencial por mais penas e penitências espirituais. A ré morou também em Borba e Lisboa.
Beatriz Fernandes de Magalhães - c.a.1661-12-15/c.a.1664-12-11
Estatuto social: 1/2 cristã-nova Idade: 80 anos Crime/Acusação: judaísmo Naturalidade: Borba Morada: Borba Pai: Diogo Rodrigues de Magalhães, cristão-novo, sem ofício Mãe: Leonor Galvoa, cristã-velha Estado civil: casada Cônjuge: Manuel do Couto, cristão-novo Data da prisão: 04/01/1662 Sentença: auto-de-fé de 17/08/1664. Confisco de bens, abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo, sem remissão, degredo para o Brasil, por três anos, instrução na fé católica, penitências espirituais. Por despacho de 30/11/1644, a ré foi solta, tendo-lhe sido perdoado o degredo para o Brasil e foram-lhe impostas penitências espirituais.
Maria Rodrigues - c.a.1667-09-13/c.a.1669-04-17
Estatuto social: 1/2 cristã-nova Idade: 32 anos Crime/Acusação: judaísmo Naturalidade: Borba Morada: Borba Pai: Manuel Gonçalves Pilatos, cristão-novo, sapateiro Mãe: Maria Rodrigues Estado civil: solteira Data da prisão: 28/09/1667 Sentença: auto-de-fé de 31/03/1669. Confisco de bens, abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial a arbítrio dos inquisidores, instrução na fé católica, penitências espirituais. Por despacho de 17/04/1669, foi-lhe levantada a pena de cárcere, retirado o hábito penitencial, impostas penitências espirituais e não poderia ausentar-se do reino sem licença da Mesa.
Aires Fernandes - 1595-08-25/1603-03-17
Estatuto social: cristão-novo Crime/Acusação: judaísmo Cargos, funções, actividades: dono de fazenda Naturalidade: vila de Borba Morada: Pombeiro, reino de Angola Mãe: Maria Fernandes, viúva Estado civil: casado Cônjuge: Catarina Dias Data da prisão: 25/08/1595 Não contém sentença.
Processos sumariados e ainda não disponíveis online   (Em actualização)